Quando alguém que amamos é levado para sempre de nosso convívio pela morte impiedosa, nos esforçamos para mantê-lo vivo em nossa lembrança, guardamos objetos, visitamos lugares, olhamos cheios de saudade as suas fotografias, sentimos falta do sorriso, do abraço, da voz, de tudo o que nos faz lembrar de quanto ele era importante para nós.
A tradição de sepultar os nossos mortos em cemitérios, sempre tão distantes, só ajuda a aumentar a sensação de vazio, de distância, afastando de nós o corpo de alguém que sempre quisemos por perto.
EXISTE VIDA APÓS A MORTE
Os cemitérios há muito se tornaram um problema para as nossas cidades, com a falta de espaço para novas sepulturas e frequentemente sofrem abandono, vandalismo e furto de objetos decorativos e até de ossos para os mais variados fins, servem de abrigo para usuários de drogas, esconderijo para ladrões e para cerimônias de algumas seitas. Sem dúvida não é um lugar legal.
Uma alternativa interessante para ter bem pertinho de você uma lembrança realmente viva de quem você ama é trocar a frieza de um sepultamento tradicional - feito em um daqueles depósitos de corpos onde somos enterrados em caixões - pelo plantio de uma árvore com as cinzas da pessoa falecida em um jardim ou um bosque bem protegidos que você gosta de visitar, ou no quintal da sua própria casa.
SE TRANSFORME EM UMA ÁRVORE
Pensando em uma forma mais humana de lidar com esse momento difícil, um designer catalão criou uma urna funerária simples e prática para uma destinação muito mais digna e respeitosa e ecologicamente correta dos restos mortais de nossos entes queridos .
A família pode solicitar a cremação da pessoa que se foi e em vez de guardar suas cinzas, pode transformá-la em uma árvore, perpetuando a sua memória em um ser vivo e lhe prestar suas homenagens permanentemente, rezando à sua sombra, apreciando a beleza de suas flores ou saboreando-lhe os frutos.
A bio urna, como é chamada (foto divulgação), é confeccionada em fibra de casca de coco e tem em seu interior algumas sementes envoltas em adubo orgânico, que combinado com as cinzas da cremação que são ricas em nutrientes, garantem o nascimento e o desenvolvimento da planta, que pode ser escolhida pela família de acordo com suas preferências e com o espaço disponível ao plantio.
O serviço já está disponível em várias cidades do Brasil, onde se costuma usar uma urna biodegradável feita de papel machê e pintada com urucum.
Árvore na cidade de Salto - SP (Foto: Paulo Lopes)
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